quinta-feira, 16 de julho de 2009

RELATO 03: ACONTECEU NA AUSTRÁLIA – DOIS AMIGOS ASSUSTADOS

Era novembro de 2007. Este foi em Brisbane, Austrália – do outro lado do mundo. Morei por seis meses nesse país maravilhoso que é a Austrália, sem dúvida nenhuma foi uma experiência única e inesquecível. E nesse tempo todo, com certeza a sensação tinha de acontecer.

Um mês após ter chegado à Austrália, fui morar com mais cinco brasileiros. Alugamos um apartamento de três quartos, piscina, jacuzzi, academia, de frente para o rio, coisa de outro mundo. Meu quarto era o mais perto da sala, e devido a essa minha situação, sempre dormia com a porta semi-aberta. Neste dia, já era tarde da noite, quase uma hora da manha. Todos já tinham ido se deitar, exceto dois amigos que estavam estudando na sala.

Por estarem na sala, graças a Deus tinha uma luz acessa, e dessa forma consegui amenizar meu pânico. Era tarde, eu estava deitado inquieto na cama sem conseguir dormir. Passarem-se quase trinta minutos e eu ainda estava acordado. Não sei por que, mas algo me dizia que a sensação estava para acontecer. Pensei em levantar, tomar água, e depois tentar pregar os olhos. Mas, hesitei e fiquei ali mesmo, deitado esperando o sono me pegar. Acabei conseguindo dormir. Fechei os olhos e logo começou a sensação. Lá vou eu mais uma vez. Não se passaram nem dois minutos e eu já estava preso, imóvel e impotente em minha cama “acordado, mas nem tanto”.

Por mais que eu saiba que deva relaxa, eu não consigo. É desesperador. Fiz um esforço para tentar me levantar e abrir os olhos, mas era como se algo me segurasse e me empurra-se em direção a cama. Logo me lembrei que meus amigos estavam na sala, e que se eu os chamasse, poderiam por desconhecer de minha situação, ficar com medo ou preocupados.

Forcei novamente, desta vez com muita força, e tudo que conseguia era virar a cabeça de um lado para outro. Abrir os olhos eu sabia que conseguiria com um pouco de forca. Forcei e consegui visualizar a fresta da porta. Foi nessa hora que pensei “porque fui abrir meus olhos”. E lá estava, parado, de pé, em frente a minha porta me encarando um vulto alto, todo preto, e sem forma definida. Senti medo, muito medo. Não tive opção a não seu clamar por ajuda. E gritei.

Como disse em relatos anteriores, não consigo gritas, mas sim gemer um barulho estranho e até mesmo falar algumas palavras com a voz baixa e tremula. Comecei a gritar repetidamente por socorro, socorro, me ajudem. Fiz um silencio, pois ouvia meus amigos comentando sobre mim na sala, sobre um som que eles ouviam do quarto. Direcionei meu senso auditivo em suas palavras e pelo que percebi não tinha entendido bem o que estava acontecendo. Devem ter pensado que eu estava tendo um pesadelo. Percebi que ignoraram meus chamados de ajuda, não pelo fato de não terem ouvido, mas sim por pensarem que não era nada de mais. Entrei em pânico. Travei de vez.

Eu não conseguia me acalmar, aquele vulto a porta parecia se mexer e se aproximar de meu corpo, e eu sem poder fazer nada. É muito desconfortável tal situação. Tive que chamar por ajuda novamente, mas dessa vez consegui gritar o nome de meu amigo da forma mais estranha e imaginável que alguém possa pronunciar. Eu disse: “B., me ajuda! Me acorda!”

Novamente os ouvi comentando, e percebi que estavam com medo ou confusos. Eles diziam, acho que ele esta tendo um pesadelo.

Meu amigo B. veio até o quarto em minha direção. Abri os olhos e vi seu rosto me encarando sem entender o que tava acontecendo, mas mesmo assim eu não conseguia me mexer. Mesmo com alguém ali do meu lado, eu continuava travado. Fiz força para acordar, mas conseguir apenas virar o rosto de um lado para o outro, piscar os olhos e mexer pouco a boca. Eu não devia ter feito esses movimentos, pois pude ver, com certa dificuldade, o rosto do meu amigo, percebi que ele estava com uma expressão de perdido, sem saber o que fazer. Posso dizer que ele teve até medo naquele momento. Afinal, ele nunca tinha me visto daquele jeito.

Ele falou algumas coisas que não consegui entender, acho que era “calma, calma”, e logo em seguida apareceu meu outro amigo na porta. Pronto, o pânico estava generalizado. Eu precisava acordar e falar o que estava acontecendo. Vai que tentam me pegar e meu corpo não se mexe. Eu iria surtar e eles também.

Eu forçava para abris os olhos, e quanto mais eu fazia isso, mas incerteza de como lidar com a situação eu passava aos meus amigos. Pois me corpo fazia movimentos rápidos e desconhecidos. Respirei fundo de forma ritmada e em um só pulo, concentrando o que tinha sobrado de energia depois dessa sensação acordei em um pulo, com o coração nas mãos.

Meus amigos estavam pálidos e com expressão de choque. Foi engraçado e assustador ao mesmo tempo. Eles relataram que eu virava os olhos, movimentava a cabeça em movimentos incertos e falava com a voz trêmula e assustadora e que não sabiam o que fazer. Pensaram que eu estava sendo exorcizado. Da forma que viram, bom, até eu iria ter esta impressão.

Depois de explicado o que tinha acontecido, e que essa sensação acontecia com certa freqüência, foi ai sim que eles nunca mais quiseram dormir no mesmo quarto que eu.


Este fato ficou marcado demais para mim e para eles. Vou me lembrar desse dia eternamente e conseqüentemente dos olhares assustados dos meus amigos.

6 comentários:

Xaxeila disse...

Estou acompanhando o seu blog, obrigada por compartilhar.

xaxeila

Xaxeila disse...

Nossa! Não sabia que a gente ficava se retorcendo assim na cama, geralmente eu estou sozinha quando tenho a paralisia do sono e ouço a minha voz grunhida, mas esse exorcismo deve ser horrível, socorro!

Lucas Pirola disse...

cara, eu divido ap com um camarada que passa pelo mesmo problema, eu já falei q é viadagem dele suahuhsauhasuhas

agora q vc veio contando a MESMA estória, to começando a ficar com medo ehheheh

abraço!

Xaxeila disse...

Lucas fico surpresa com a quantidade de gente que tem esse "problema". Lucas você também tem isso, só que tem a "sorte" de não estar consciente.

Xaxeila disse...

Marcelo, também tem uns caras dizendo que está havendo um tal despertar das capacidades psíquicas da humanidade, eu prefiro pesquisar sozinha, já cansei de ficar indo atrás dos outros, é espiritismo, budismo, parapsicologia e no final quem sofre é a gente, que fica ali, vendo nosso corpo inerte, a primeira vez eu pensei que tinha morrido e fiquei gritando que não queria ser enterrada mas ninguém me ouvia, só saíam grunhidos mesmo, é aterrorizante.

Pádua Alves disse...

E eu achando que isso só acontecia comigo! Cara, já passei várias vezes por essa terrível sensação, e em algumas vezes consegui chegar a ela de forma voluntária. Se vc tiver alguma explicação para isso, por favor entre em contato comigo. Meu email é paduaalves03@gmail.com

Abraço.