quarta-feira, 15 de julho de 2009

RELATO 02: SOZINHO EM CASA

Era outubro de 2008. Sábado à tarde, todos tinham saído, eu me encontrava sozinho em casa. Nestas horas que eu rezo para que essa estranha e curiosa sensação não me aconteça. Mas, teve que acontecer.

Fui deitar aproximadamente às dezesseis horas, estava muito cansado e o corpo pedia para dormir um pouco, mas eu soube naquele exato momento ao encostar a cabeça na cama que algo estava errado. Antes mesmo de me deitar, tive uma sensação como se algo me puxasse em direção a cama e meu corpo ficasse ali, imóvel, paralisado. Fiz um esforço contra este “puxão” e desta vez consegui acordar antes que algo me acontecesse.

Mas para mim isso já tinha acontecido antes, eu deito e pronto, logo acontece. Levantei, lavei o rosto, tomei água e me coloquei a deitar novamente. Tarde ensolarada, janela aberta e uma brisa leve entrando em meu quarto. Não se passaram cinco minutos deitados na cama e pronto, lá estava eu acordado, mas preso sem conseguir me mexer e gritando por socorro. Gritei umas duas vezes socorro e emiti aquele famoso gemido para ver se alguém vinha me acordar ou menos chegasse de meu quarto para que eu pudesse relaxar e despertar.

Comecei a ouvir umas vozes, pensei ser a minha mãe, então fiz forca e gritei novamente “socorro, socorro”. Ela pareceu me ignorar. E o engraçado era que essa voz estava perto de mim, e ela parecia não se importar com meus gritos, isso me deixou meio confuso. Como era dia, abri meus olhos e vi uns movimentos no corredor pela porta entre aberta. Fiquei calmo e pensativo. “Por que que eles não vem me ajudar? Será que não estão me ouvindo?”

Na verdade tinha me esquecido que estava sozinho naquela tarde em casa. Como a família é grande, sempre tem amigos, parentes ou até mesmo pessoas que nunca vi antes. O desespero era tanto de ficar paralisado e impotente que me esqueci deste mero detalhe. Foi então que dei conta da situação, e que eu estava sozinho realmente em casa. E que tudo aquilo eram novamente minhas visões e audições que ocorrem quando tenho essa sensação de “acordar, mas nem tanto”.

Como era de dia, estava claro e de clima agradável, criei coragem e forcei para abrir os olhos. O que via eram somente vultos sem formas, mas desta vez o som parecia ser de no mínimo três pessoas conversando ao meu lado. Fiz forca para levantar a cabeça e notei que havia alguma coisa em meus pés, não sei o que era, mas tinha alguém ou alguma coisa na cama comigo. Desta vez o pânico incendiou o meu peito e o coração quase saiu pela boca. Fechei os olhos, e fiquei quieto, só escutando, tentando relaxar para sair daquele estado, mas como estava muito nervoso não consegui acordar. Os sons estavam cada vez mais próximos, e dessa vez pareciam estar falando comigo.

Olhei a cima de minha cabeça e vi a janela aberta. A parte de vidro abre para dentro do quarto, e o lado direito desta parte estava sobre minha cabeça. Pensei em levantar os braços para empurrar a janela, quem sabe fizesse algum barulho e isso me acordaria. Abri os olhos, levantei os braços e joguei-os contra a janela. Mas parecia que meu braço passava pela janela, como se a janela nem existisse. Fiz outra tentativa e novamente meu braço passou e a janela nem saiu do lugar. Parece ficção, mas é como se o seu corpo pudesse atravessar paredes, objetos e até mesmo pessoas.

Não tive escolha, eu estava dominado pelo medo do desconhecido. Fechei os olhos bem forte, respirei três vezes e concentrei toda minha energia na tentativa de conseguir acordar. É inexplicável a forca que fiz para tentar levantar, mesmo assim não foi dessa vez. Eu continuava preso e paralisado em minha cama. A impressão que tive é como se algo me segurasse na cama, me deixando imóvel e impotente.

Respirei fundo novamente e tentei relaxar. Já sentindo o coração bater acelerado. Tive um pressentimento de que se eu tentasse naquele exato momento eu conseguiria despertar. Foi como se algo falasse para mim “tenta agora que você consegue”. Foi então que mais uma vez, dispondo de muita força despertei desse estado de sono. Acordei com dor de cabeça, meio grogue, como se todas minhas energias tivessem sido dissipadas na tentativa de acordar.


Sempre tive isso e mesmo assim nunca busquei saber a fundo a respeito com medo do que poderia descobrir ou até mesmo achando que isso um dia sumiria sem mais nem menos de uma vez por todas. Mas até o momento ainda está comigo.

4 comentários:

Xaxeila disse...

Eu parei de fugir dos vultos, comecei a conversar com eles, e sabe o que eu descobri??? Sou bem mais poderosa que eles. A maioria são... ah, descubra você mesmo. Já tentou perguntar quem são?

Fazenaro disse...

Até já tentei criar coragem e não fugir dos vultos. Mas a impressão que tive era que se eu “saísse” da cama, do meu corpo, eu não iria conseguir conseguiria mais voltar. Então acabei desistindo.

Amanda disse...

Olá,
Algo muito semelhante aconteceu comigo, mais de uma vez.Mas uma dessas vezes foi realmente assustador.
Eu fui me deitar e senti algo me empurrando, não conseguia mexer nenhum musculo do meu corpo e nem abrir os olhos nem a boca, só conseguia gritar pra dentro fazendo um esforço tremendo,suava frioo de medo,ouvi minha irma me chamando,ouvi ela subindo as escadas, depois ouvi a voz dela atras de mim falando como se estivesse brincando, nanananan...quando fiz um esforço pra olhar pra tras na janela algo me puxou de volta como se tivesse me segurando, quando eu consegui me mexer estava suada e ofegante, desci e perguntei pra minha irma se ela havia me chamado, e ela disse q não...
Bom...não sei explicar mas é mto estranho...

! Projeção Astral e Sonhos ! disse...

Isso é Projeção Astral! Não precisa ter medo, é normal e acontece com muitas pessoas...
leia meu blog que fala sobre o assunto>
http://projecaoastralesonhos.blogspot.com