segunda-feira, 13 de julho de 2009

RELATO 01: GRITO CONTÍNUO – PRECISO QUE ALGUÉM ME ACORDE!

Era julho de 2009. Esta foi uma das mais longas sensações (paralisias do sono) que tive. Não sei quanto tempo se passaram, mas pareceu uma eternidade. Durante a sensação senti medo, tranqüilidade, medo novamente, desespero, muito desespero e finalmente alívio exatamente nessa ordem.

Como tenho estas sensações deste os doze anos de idade, então muito já aprendi com isso, como a falar e gritar – não é um super grito, podemos dizer que está mais para um gemido – e essas técnicas são as que mais utilizo para chamar por socorro esperando que alguém possa me ouvir e vir me acordar.

O quarto do meu irmão caçula fica ao lado do meu, então geralmente é ele que vem me acordar, já o quarto dos meus pais e do meu irmão mais velho ficam do outro lado do corredor e para eles ouvirem eu precisaria gritar um pouco mais alto.

O engraçado é que sempre que essa sensação de “acordar, mas nem tanto” acontece comigo é como seu eu soubesse ou sentisse que isso fosse acontecer. Não que eu saiba como evitar, pois afinal preciso dormir, mas simplesmente sei que a sensação vai acontecer. E nesse dia não foi diferente, eu senti que ia ter esta sensação novamente.
Outro ponto curioso é que essa sensação acontece sempre logo que me deito, raramente acontece durante o sono ou quando estou prestes a acordar.

Eu tinha acabado de me deitar, e algo me dizia que eu iria ter a sensação mais uma vez. Como a luz do corredor estava acessa, então seria mais fácil de ver e o medo seria menor, então me coloquei a dormir.

1. Medo: passaram-se curtos dez minutos e eu acordei, e mais uma vez meu corpo não respondia aos meus chamados. Eu já sabia o que estava acontecendo.

2. Tranqüilidade: tentei relaxar, respirar fundo para ver se acordava, mas não tava adiantando. Fico muito nervoso quando isso ocorre que relaxar para mim ta cada vez mais difícil. Abri os olhos e graças a Deus eu não via nada a não ser meu quarto e o corredor. Comecei a gritar para que meu irmão pudesse vir me acordar, mas nada dele aparecer. Lembrei então que ele estava vendo televisão no andar debaixo de casa, e como meus gritos era baixo, ele jamais escutaria. Nesse dia meu irmão mais velho não estava em casa e a porta do quarto dos meus pais estava trancada, portanto seria difícil para eles me escutarem também.

3. Medo Novamente: como relatei anteriormente, esses meus gritos eram baixos, estava mais para um cachorro chorando baixinho em seu canto. Tentei falar. Forcei algumas palavras tipo “socorro” e “me ajudem”, mas pareciam sair mais baixas que o próprio grito. Comecei então a forçar o corpo a acordar. Eu conseguia fazer curtíssimos movimentos com a cabeça, e acredito que esse é o único membro que consiga mexer durante a sensação. Fazendo muito esforço conseguia virar a cabeça para o outro lado (estava deitado de barriga para cima), mas isso não esta sendo suficiente para eu despertar.

4. Desespero: com um pouco de força abri os olhos, mas desta vez o quarto não esta mais tranqüilo, tinha alguma coisa ali. Comecei a ver vultos, eram imagens distorcidas, em preto e branco, opacas e em movimento, dessa vez o coração acelerou. Tentei me mexer e nada, o corpo não respondia. Colocando mais força tive a sensação de mexer os braços, então coloquei a mão em minha boca para ajudar a abri-la e dessa forma gritar mais alto, mas pelo que parecia era mais a imagem da minha mão do que ela propriamente dita. Fiz outra tentativa para despertar. Respirei fundo, a idéia era despertar de uma vez em um único pulo, levantei correndo da cama em direção ao interruptor, localizado ao lado da porta – porque a luz me faz relaxar a ajudar para despertar – mas algo estava errado, era como se eu tivesse levantado, mas meu corpo ainda estivesse na cama. Fiz isso duas vezes. Eu conseguia ver o corredor como se estivesse de pé, ao lado da porta, mas na verdade meu corpo continuava deitando na cama. Eu piscava e novamente me encontrava deitado paralisado em minha cama. Mil perguntas passaram-se na minha cabeça nessa hora.

5. Muito Desespero: agora vem a pior parte, se não bastasse ter visto vultos, comecei a ouvir um barulho, parecia que um grupo de pessoas estava conversando ao meu lado. Confesso que não entendi uma só palavra, mas também nem era a minha intenção, estava tão desesperado que o que mais queria era despertar. Esse barulho começou a ficar mais alto, pareciam que mais pessoas estavam ali perto. Abri os olhos e vi alguém entrando pela porta do meu quarto, era alto, com roupas escuras, sem formato definido, me deu muito calafrio, desta vez para mim foi o basta, abri a boca concentrando toda minha energia nesse único movimento e comecei a gritar, a gritar sem parar. Sabia que o som era baixo e que meus pais dificilmente iriam ouvir, então fiz o contínuo até que eles percebessem. Fiquei gritando e gritando, por longos minutos, até que ouvi a voz de minha mãe dizendo que algum barulho estranho estava acontecendo em casa. Meu pai sabendo de minha situação, logo se levantou e correu ao meu quarto, acendendo a luz e vindo em minha direção.

6. Alívio: ao tocar em minha cabeça, finalmente consegui relaxar, bastaram dois segundo para eu despertar. Eu estava pálido de medo, foi uma sensação horrível, mas graças ao meu pai eu estava despertado e aliviado novamente.


Esse foi um dos meus casos mais longos, mas não chegou nem perto de ser o mais assustador.

5 comentários:

Júnior disse...

Agora quem ficou com medo fui eu :))

Xaxeila disse...

Tanta gente doida para ter estas projeções inconscientes e você aí, com a maior facilidade, podendo frequentar bibliotecas, participar de escolas avançadíssimas, querendo acordar... Tsc, tsc, tsc.

Marcos disse...

Isso é espiritual??

Xaxeila disse...

Acho que é também não descobri... Tem uma teoria da psicologia: alucinação de uma pessoa só é alucinação, mas quando milhares tem a mesma alucinação então não é alucinação, é realidade. O Marcos Pineda pesquisou bastante coisa, e tem um cara nos EUA que comprovou a saída da consciência do corpo através de cartas de baralho. Ele colocou um carta do baralho em cima da geladeira, com os olhos fechados é óbvio, e ao dormir, conseguiu ler a carta. Quando ele acordou comprovou que esteve mesmo fora do corpo, pois a carta estava correta!

Fazenaro disse...

Xaxeila, muito interessante esse fato.
Se você tiver o artigo falando em detalhes sobre isso, favor me enviar que posto aqui no blog.
Contribuições são muito bem-vindas.
Obrigado!