Era julho de 2009. Esta foi uma das mais longas sensações (paralisias do sono) que tive. Não sei quanto tempo se passaram, mas pareceu uma eternidade. Durante a sensação senti medo, tranqüilidade, medo novamente, desespero, muito desespero e finalmente alívio exatamente nessa ordem.
Como tenho estas sensações deste os doze anos de idade, então muito já aprendi com isso, como a falar e gritar – não é um super grito, podemos dizer que está mais para um gemido – e essas técnicas são as que mais utilizo para chamar por socorro esperando que alguém possa me ouvir e vir me acordar.
O quarto do meu irmão caçula fica ao lado do meu, então geralmente é ele que vem me acordar, já o quarto dos meus pais e do meu irmão mais velho ficam do outro lado do corredor e para eles ouvirem eu precisaria gritar um pouco mais alto.
O engraçado é que sempre que essa sensação de “acordar, mas nem tanto” acontece comigo é como seu eu soubesse ou sentisse que isso fosse acontecer. Não que eu saiba como evitar, pois afinal preciso dormir, mas simplesmente sei que a sensação vai acontecer. E nesse dia não foi diferente, eu senti que ia ter esta sensação novamente.
Outro ponto curioso é que essa sensação acontece sempre logo que me deito, raramente acontece durante o sono ou quando estou prestes a acordar.
Eu tinha acabado de me deitar, e algo me dizia que eu iria ter a sensação mais uma vez. Como a luz do corredor estava acessa, então seria mais fácil de ver e o medo seria menor, então me coloquei a dormir.
1. Medo: passaram-se curtos dez minutos e eu acordei, e mais uma vez meu corpo não respondia aos meus chamados. Eu já sabia o que estava acontecendo.
2. Tranqüilidade: tentei relaxar, respirar fundo para ver se acordava, mas não tava adiantando. Fico muito nervoso quando isso ocorre que relaxar para mim ta cada vez mais difícil. Abri os olhos e graças a Deus eu não via nada a não ser meu quarto e o corredor. Comecei a gritar para que meu irmão pudesse vir me acordar, mas nada dele aparecer. Lembrei então que ele estava vendo televisão no andar debaixo de casa, e como meus gritos era baixo, ele jamais escutaria. Nesse dia meu irmão mais velho não estava em casa e a porta do quarto dos meus pais estava trancada, portanto seria difícil para eles me escutarem também.
3. Medo Novamente: como relatei anteriormente, esses meus gritos eram baixos, estava mais para um cachorro chorando baixinho em seu canto. Tentei falar. Forcei algumas palavras tipo “socorro” e “me ajudem”, mas pareciam sair mais baixas que o próprio grito. Comecei então a forçar o corpo a acordar. Eu conseguia fazer curtíssimos movimentos com a cabeça, e acredito que esse é o único membro que consiga mexer durante a sensação. Fazendo muito esforço conseguia virar a cabeça para o outro lado (estava deitado de barriga para cima), mas isso não esta sendo suficiente para eu despertar.
4. Desespero: com um pouco de força abri os olhos, mas desta vez o quarto não esta mais tranqüilo, tinha alguma coisa ali. Comecei a ver vultos, eram imagens distorcidas, em preto e branco, opacas e em movimento, dessa vez o coração acelerou. Tentei me mexer e nada, o corpo não respondia. Colocando mais força tive a sensação de mexer os braços, então coloquei a mão em minha boca para ajudar a abri-la e dessa forma gritar mais alto, mas pelo que parecia era mais a imagem da minha mão do que ela propriamente dita. Fiz outra tentativa para despertar. Respirei fundo, a idéia era despertar de uma vez em um único pulo, levantei correndo da cama em direção ao interruptor, localizado ao lado da porta – porque a luz me faz relaxar a ajudar para despertar – mas algo estava errado, era como se eu tivesse levantado, mas meu corpo ainda estivesse na cama. Fiz isso duas vezes. Eu conseguia ver o corredor como se estivesse de pé, ao lado da porta, mas na verdade meu corpo continuava deitando na cama. Eu piscava e novamente me encontrava deitado paralisado em minha cama. Mil perguntas passaram-se na minha cabeça nessa hora.
5. Muito Desespero: agora vem a pior parte, se não bastasse ter visto vultos, comecei a ouvir um barulho, parecia que um grupo de pessoas estava conversando ao meu lado. Confesso que não entendi uma só palavra, mas também nem era a minha intenção, estava tão desesperado que o que mais queria era despertar. Esse barulho começou a ficar mais alto, pareciam que mais pessoas estavam ali perto. Abri os olhos e vi alguém entrando pela porta do meu quarto, era alto, com roupas escuras, sem formato definido, me deu muito calafrio, desta vez para mim foi o basta, abri a boca concentrando toda minha energia nesse único movimento e comecei a gritar, a gritar sem parar. Sabia que o som era baixo e que meus pais dificilmente iriam ouvir, então fiz o contínuo até que eles percebessem. Fiquei gritando e gritando, por longos minutos, até que ouvi a voz de minha mãe dizendo que algum barulho estranho estava acontecendo em casa. Meu pai sabendo de minha situação, logo se levantou e correu ao meu quarto, acendendo a luz e vindo em minha direção.
6. Alívio: ao tocar em minha cabeça, finalmente consegui relaxar, bastaram dois segundo para eu despertar. Eu estava pálido de medo, foi uma sensação horrível, mas graças ao meu pai eu estava despertado e aliviado novamente.
Esse foi um dos meus casos mais longos, mas não chegou nem perto de ser o mais assustador.
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5 comentários:
Agora quem ficou com medo fui eu :))
Tanta gente doida para ter estas projeções inconscientes e você aí, com a maior facilidade, podendo frequentar bibliotecas, participar de escolas avançadíssimas, querendo acordar... Tsc, tsc, tsc.
Isso é espiritual??
Acho que é também não descobri... Tem uma teoria da psicologia: alucinação de uma pessoa só é alucinação, mas quando milhares tem a mesma alucinação então não é alucinação, é realidade. O Marcos Pineda pesquisou bastante coisa, e tem um cara nos EUA que comprovou a saída da consciência do corpo através de cartas de baralho. Ele colocou um carta do baralho em cima da geladeira, com os olhos fechados é óbvio, e ao dormir, conseguiu ler a carta. Quando ele acordou comprovou que esteve mesmo fora do corpo, pois a carta estava correta!
Xaxeila, muito interessante esse fato.
Se você tiver o artigo falando em detalhes sobre isso, favor me enviar que posto aqui no blog.
Contribuições são muito bem-vindas.
Obrigado!
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