sexta-feira, 31 de julho de 2009

ARTIGO 02: CATALEPSIA PROJETIVA

Na projeciologia e conscienciologia, a catalepsia projetiva ou catalepsia astral, também conhecida na medicina como paralisia do sono ou paralisia noturna e no Brasil como pisadeira, é um fenômeno natural, temporário e benigno do ser humano que ocorre durante o sono.

Importante, a catalepsia projetiva não deve ser confundida com a catalepsia patológica, que é uma doença rara.

A chamada paralisia do sono acontece durante o sono, como forma de evitar que o corpo se mova durante os sonhos. É um fenómeno natural que ocorre todas as noites, embora seja raramente notado pela própria pessoa enquanto se dorme. Momentos antes da mente despertar, a paralisia cessa. Por isso, raramente se tem consciência da sua existência. Se, porventura, a mente despertar antes do mecanismo de paralisação ser desactivado, ocorre a consciência da paralisia do sono.

Esta consciência pode ser muito perturbadora, pois o indivíduo dá por si mesmo completamente paralisado, incapaz de mover os membros. A mente ainda está a atravessar um período de transição entre o estado de sono e o estado de vigilia (ou vice-versa) e nessa altura podem surgir alucinações hipnagógicas: presença de uma pessoa, ouvir vozes ou sons, sensação de flutuação ou de se sair do próprio corpo, imagens de pessoas, visualização de objectos, sensação de ver em redor mesmo tendo os olhos fechados, etc. Tanto as alucinações como a própria paralisia são inofensivas, existindo quem aproveite esta fase para induzir sonhos lúcidos ou alucinações agradáveis, e acontecem ocasionalmente, como resultado de uma má alimentação, maus hábitos de sono, estresse, etc. Por vezes, podem indicar a existência de um outro problema maior, como, por exemplo, a narcolepsia.

Ao fim de algum tempo (que pode variar de alguns segundos até cerca de três minutos), a paralisia cessa e o corpo readquire capacidade de se mover novamente. Um dos conselhos mais usuais é ficar parado a respirar lentamente e esperar que passe. Enquanto se concentra na respiração, a mente divaga e quando menos espera o corpo deixa de estar paralisado. Pode-se tentar mover um dedo e lentamente mover o resto da mão, do braço, etc até que todo o corpo se mova. Outra técnica popular é piscar varias vezes, ou fechar os olhos fazendo um pouco de força. De qualquer dos modos, o corpo acabará por "desactivar" a paralisia.

Estima-se que até 60% da população mundial já tenha passado por essa experiência pelo menos uma vez na vida. Em algumas culturas, isso significava pré-disposição ao xamanismo e contato com o mundo dos espíritos.

Sintomas
- Quando a pessoa despertar depois do sono e tentar;
- Abrir os olhos, mas eles não se moverem;
- Mexer alguma parte do corpo, mas não conseguir;
- Gritar ou pedir ajuda, mas não sair nenhum som.

Podem ocorrer outros sintomas como:
- Enrijecimento dos membros;
- Insensibilidade;
- Alucinações.

Formas de induzir o "despertar":
- Respirar lentamente durante alguns segundos seguido de um repentina aspiração profunda.


Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 16 de julho de 2009

RELATO 03: ACONTECEU NA AUSTRÁLIA – DOIS AMIGOS ASSUSTADOS

Era novembro de 2007. Este foi em Brisbane, Austrália – do outro lado do mundo. Morei por seis meses nesse país maravilhoso que é a Austrália, sem dúvida nenhuma foi uma experiência única e inesquecível. E nesse tempo todo, com certeza a sensação tinha de acontecer.

Um mês após ter chegado à Austrália, fui morar com mais cinco brasileiros. Alugamos um apartamento de três quartos, piscina, jacuzzi, academia, de frente para o rio, coisa de outro mundo. Meu quarto era o mais perto da sala, e devido a essa minha situação, sempre dormia com a porta semi-aberta. Neste dia, já era tarde da noite, quase uma hora da manha. Todos já tinham ido se deitar, exceto dois amigos que estavam estudando na sala.

Por estarem na sala, graças a Deus tinha uma luz acessa, e dessa forma consegui amenizar meu pânico. Era tarde, eu estava deitado inquieto na cama sem conseguir dormir. Passarem-se quase trinta minutos e eu ainda estava acordado. Não sei por que, mas algo me dizia que a sensação estava para acontecer. Pensei em levantar, tomar água, e depois tentar pregar os olhos. Mas, hesitei e fiquei ali mesmo, deitado esperando o sono me pegar. Acabei conseguindo dormir. Fechei os olhos e logo começou a sensação. Lá vou eu mais uma vez. Não se passaram nem dois minutos e eu já estava preso, imóvel e impotente em minha cama “acordado, mas nem tanto”.

Por mais que eu saiba que deva relaxa, eu não consigo. É desesperador. Fiz um esforço para tentar me levantar e abrir os olhos, mas era como se algo me segurasse e me empurra-se em direção a cama. Logo me lembrei que meus amigos estavam na sala, e que se eu os chamasse, poderiam por desconhecer de minha situação, ficar com medo ou preocupados.

Forcei novamente, desta vez com muita força, e tudo que conseguia era virar a cabeça de um lado para outro. Abrir os olhos eu sabia que conseguiria com um pouco de forca. Forcei e consegui visualizar a fresta da porta. Foi nessa hora que pensei “porque fui abrir meus olhos”. E lá estava, parado, de pé, em frente a minha porta me encarando um vulto alto, todo preto, e sem forma definida. Senti medo, muito medo. Não tive opção a não seu clamar por ajuda. E gritei.

Como disse em relatos anteriores, não consigo gritas, mas sim gemer um barulho estranho e até mesmo falar algumas palavras com a voz baixa e tremula. Comecei a gritar repetidamente por socorro, socorro, me ajudem. Fiz um silencio, pois ouvia meus amigos comentando sobre mim na sala, sobre um som que eles ouviam do quarto. Direcionei meu senso auditivo em suas palavras e pelo que percebi não tinha entendido bem o que estava acontecendo. Devem ter pensado que eu estava tendo um pesadelo. Percebi que ignoraram meus chamados de ajuda, não pelo fato de não terem ouvido, mas sim por pensarem que não era nada de mais. Entrei em pânico. Travei de vez.

Eu não conseguia me acalmar, aquele vulto a porta parecia se mexer e se aproximar de meu corpo, e eu sem poder fazer nada. É muito desconfortável tal situação. Tive que chamar por ajuda novamente, mas dessa vez consegui gritar o nome de meu amigo da forma mais estranha e imaginável que alguém possa pronunciar. Eu disse: “B., me ajuda! Me acorda!”

Novamente os ouvi comentando, e percebi que estavam com medo ou confusos. Eles diziam, acho que ele esta tendo um pesadelo.

Meu amigo B. veio até o quarto em minha direção. Abri os olhos e vi seu rosto me encarando sem entender o que tava acontecendo, mas mesmo assim eu não conseguia me mexer. Mesmo com alguém ali do meu lado, eu continuava travado. Fiz força para acordar, mas conseguir apenas virar o rosto de um lado para o outro, piscar os olhos e mexer pouco a boca. Eu não devia ter feito esses movimentos, pois pude ver, com certa dificuldade, o rosto do meu amigo, percebi que ele estava com uma expressão de perdido, sem saber o que fazer. Posso dizer que ele teve até medo naquele momento. Afinal, ele nunca tinha me visto daquele jeito.

Ele falou algumas coisas que não consegui entender, acho que era “calma, calma”, e logo em seguida apareceu meu outro amigo na porta. Pronto, o pânico estava generalizado. Eu precisava acordar e falar o que estava acontecendo. Vai que tentam me pegar e meu corpo não se mexe. Eu iria surtar e eles também.

Eu forçava para abris os olhos, e quanto mais eu fazia isso, mas incerteza de como lidar com a situação eu passava aos meus amigos. Pois me corpo fazia movimentos rápidos e desconhecidos. Respirei fundo de forma ritmada e em um só pulo, concentrando o que tinha sobrado de energia depois dessa sensação acordei em um pulo, com o coração nas mãos.

Meus amigos estavam pálidos e com expressão de choque. Foi engraçado e assustador ao mesmo tempo. Eles relataram que eu virava os olhos, movimentava a cabeça em movimentos incertos e falava com a voz trêmula e assustadora e que não sabiam o que fazer. Pensaram que eu estava sendo exorcizado. Da forma que viram, bom, até eu iria ter esta impressão.

Depois de explicado o que tinha acontecido, e que essa sensação acontecia com certa freqüência, foi ai sim que eles nunca mais quiseram dormir no mesmo quarto que eu.


Este fato ficou marcado demais para mim e para eles. Vou me lembrar desse dia eternamente e conseqüentemente dos olhares assustados dos meus amigos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

RELATO 02: SOZINHO EM CASA

Era outubro de 2008. Sábado à tarde, todos tinham saído, eu me encontrava sozinho em casa. Nestas horas que eu rezo para que essa estranha e curiosa sensação não me aconteça. Mas, teve que acontecer.

Fui deitar aproximadamente às dezesseis horas, estava muito cansado e o corpo pedia para dormir um pouco, mas eu soube naquele exato momento ao encostar a cabeça na cama que algo estava errado. Antes mesmo de me deitar, tive uma sensação como se algo me puxasse em direção a cama e meu corpo ficasse ali, imóvel, paralisado. Fiz um esforço contra este “puxão” e desta vez consegui acordar antes que algo me acontecesse.

Mas para mim isso já tinha acontecido antes, eu deito e pronto, logo acontece. Levantei, lavei o rosto, tomei água e me coloquei a deitar novamente. Tarde ensolarada, janela aberta e uma brisa leve entrando em meu quarto. Não se passaram cinco minutos deitados na cama e pronto, lá estava eu acordado, mas preso sem conseguir me mexer e gritando por socorro. Gritei umas duas vezes socorro e emiti aquele famoso gemido para ver se alguém vinha me acordar ou menos chegasse de meu quarto para que eu pudesse relaxar e despertar.

Comecei a ouvir umas vozes, pensei ser a minha mãe, então fiz forca e gritei novamente “socorro, socorro”. Ela pareceu me ignorar. E o engraçado era que essa voz estava perto de mim, e ela parecia não se importar com meus gritos, isso me deixou meio confuso. Como era dia, abri meus olhos e vi uns movimentos no corredor pela porta entre aberta. Fiquei calmo e pensativo. “Por que que eles não vem me ajudar? Será que não estão me ouvindo?”

Na verdade tinha me esquecido que estava sozinho naquela tarde em casa. Como a família é grande, sempre tem amigos, parentes ou até mesmo pessoas que nunca vi antes. O desespero era tanto de ficar paralisado e impotente que me esqueci deste mero detalhe. Foi então que dei conta da situação, e que eu estava sozinho realmente em casa. E que tudo aquilo eram novamente minhas visões e audições que ocorrem quando tenho essa sensação de “acordar, mas nem tanto”.

Como era de dia, estava claro e de clima agradável, criei coragem e forcei para abrir os olhos. O que via eram somente vultos sem formas, mas desta vez o som parecia ser de no mínimo três pessoas conversando ao meu lado. Fiz forca para levantar a cabeça e notei que havia alguma coisa em meus pés, não sei o que era, mas tinha alguém ou alguma coisa na cama comigo. Desta vez o pânico incendiou o meu peito e o coração quase saiu pela boca. Fechei os olhos, e fiquei quieto, só escutando, tentando relaxar para sair daquele estado, mas como estava muito nervoso não consegui acordar. Os sons estavam cada vez mais próximos, e dessa vez pareciam estar falando comigo.

Olhei a cima de minha cabeça e vi a janela aberta. A parte de vidro abre para dentro do quarto, e o lado direito desta parte estava sobre minha cabeça. Pensei em levantar os braços para empurrar a janela, quem sabe fizesse algum barulho e isso me acordaria. Abri os olhos, levantei os braços e joguei-os contra a janela. Mas parecia que meu braço passava pela janela, como se a janela nem existisse. Fiz outra tentativa e novamente meu braço passou e a janela nem saiu do lugar. Parece ficção, mas é como se o seu corpo pudesse atravessar paredes, objetos e até mesmo pessoas.

Não tive escolha, eu estava dominado pelo medo do desconhecido. Fechei os olhos bem forte, respirei três vezes e concentrei toda minha energia na tentativa de conseguir acordar. É inexplicável a forca que fiz para tentar levantar, mesmo assim não foi dessa vez. Eu continuava preso e paralisado em minha cama. A impressão que tive é como se algo me segurasse na cama, me deixando imóvel e impotente.

Respirei fundo novamente e tentei relaxar. Já sentindo o coração bater acelerado. Tive um pressentimento de que se eu tentasse naquele exato momento eu conseguiria despertar. Foi como se algo falasse para mim “tenta agora que você consegue”. Foi então que mais uma vez, dispondo de muita força despertei desse estado de sono. Acordei com dor de cabeça, meio grogue, como se todas minhas energias tivessem sido dissipadas na tentativa de acordar.


Sempre tive isso e mesmo assim nunca busquei saber a fundo a respeito com medo do que poderia descobrir ou até mesmo achando que isso um dia sumiria sem mais nem menos de uma vez por todas. Mas até o momento ainda está comigo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

ARTIGO 01: PARALISIA DO SONO

Paralisia do Sono é uma condição caracterizada por uma paralisia temporária do corpo imediatamente após o despertar ou, com menos freqüência, imediatamente antes de adormecer.

Fisiologicamente, ela é diretamente relacionada à paralisia que ocorre como uma parte natural do sono REM*, a qual é conhecida como atonia REM. A paralisia do sono ocorre quando o cérebro acorda de um estado REM, mas a paralisia corporal persiste. Isto deixa a pessoa perfeitamente consciente, mas incapaz de se mover. Além disso, o estado pode ser acompanhado por alucinações hipnagógicas.

Com freqüência, a paralisia do sono é vista pela pessoa afligida como nada mais do que um sonho. Isto explica muitos relatos de sonhos nos quais as pessoas se vêem deitadas na cama e incapazes de se mover. As alucinações que podem acompanhar a paralisia do sono tornam mais provável que as pessoas que sofram do problema acreditem que tudo não passou de um sonho, já que objetos completamente fantasiosos podem aparecer no quarto em meio à objetos normais. Alguns cientistas acreditam que este fenômeno está por trás de muitos relatos de abduções alienígenas e encontros com fantasmas.

Sintomas

Os sintomas da paralisia do sono incluem:

Paralisia: ela ocorre pouco antes da pessoa adormecer ou imediatamente após despertar. A pessoa não consegue mover nenhuma parte do corpo, nem falar, e tem apenas um controle mínimo sobre os olhos e a respiração. Esta paralisia é a mesma que acontece quando uma pessoa sonha. O cérebro paralisa os músculos para prevenir possíveis lesões, já que algumas partes do corpo podem se mover durante o sonho. Se uma pessoa acorda repentinamente, o cérebro pode pensar que ela ainda está dormindo, e manter a paralisia.

Alucinações: Imagens e sons que aparecem durante a paralisia. A pessoa pode pensar que existe uma presença atrás dela ou pode ouvir sons estranhos. As alucinações parecem-se muito com sonhos, possivelmente fazendo a pessoa pensar que ainda está sonhando. Algumas pessoas relatam também sentirem um peso no peito, como se alguém ou algum objeto pesado estivesse pressionando-o.

Estes sintomas podem durar de alguns poucos segundos até vários minutos e podem ser considerados assustadores para algumas pessoas.

Possíveis Causas

A paralisia do sono acontece durante o período de sono REM, prevenindo assim movimentos corporais durante um sonho. Muito pouco se sabe sobre a fisiologia da paralisia do sono. Entretanto, já sugeriu-se que ela pode estar relacionada à inibição pós-sináptica de neurônios motores na ponte do tronco cerebral. Particularmente, níveis baixos de melatonina podem interromper a despolarização em atividade nos nervos, a qual previne o estímulo dos músculos.

Vários estudos concluíram que a maioria das pessoas experimentará a paralisia do sono pelo menos uma ou duas vezes em suas vidas.

Muitas pessoas que freqüentemente passam pela paralisia do sono também sofrem de narcolepsia. Alguns estudos sugerem que existem vários fatores que aumentam a probabilidade da ocorrência de paralisia do sono e de alucinação. Eles incluem:
- Dormir de barriga para cima
- Agenda de sono irregular; cochilos; primação de sono;
- Stress elevado;
- Mudanças súbitas no ambiente ou na vida de alguém;
- Um sonho lúcido que imediatamente precede o episódio. A indução consciente da paralisia do sono também é uma técnica comum para entrar em um estado de sonho lúcido;
- Sono induzido através de medicamentos, como anti-histaminas;
- Uso recente de drogas alucinógenas.

* O sono R.E.M., ou rapid eye movement (movimento rápido dos olhos), é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a actividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado. As pessoas acordadas durante o sono REM, normalmente, sentem-se alertas, com maior índice de atenção e refrescadas, ou mais dispostas e prontas para a actividade normal. Os movimentos dos olhos associados ao REM são gerados pelo NGL do Tálamo e associados a ondas occipitais. Durante o sono REM o tônus muscular da pessoa diminui consideravelmente.


Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 13 de julho de 2009

RELATO 01: GRITO CONTÍNUO – PRECISO QUE ALGUÉM ME ACORDE!

Era julho de 2009. Esta foi uma das mais longas sensações (paralisias do sono) que tive. Não sei quanto tempo se passaram, mas pareceu uma eternidade. Durante a sensação senti medo, tranqüilidade, medo novamente, desespero, muito desespero e finalmente alívio exatamente nessa ordem.

Como tenho estas sensações deste os doze anos de idade, então muito já aprendi com isso, como a falar e gritar – não é um super grito, podemos dizer que está mais para um gemido – e essas técnicas são as que mais utilizo para chamar por socorro esperando que alguém possa me ouvir e vir me acordar.

O quarto do meu irmão caçula fica ao lado do meu, então geralmente é ele que vem me acordar, já o quarto dos meus pais e do meu irmão mais velho ficam do outro lado do corredor e para eles ouvirem eu precisaria gritar um pouco mais alto.

O engraçado é que sempre que essa sensação de “acordar, mas nem tanto” acontece comigo é como seu eu soubesse ou sentisse que isso fosse acontecer. Não que eu saiba como evitar, pois afinal preciso dormir, mas simplesmente sei que a sensação vai acontecer. E nesse dia não foi diferente, eu senti que ia ter esta sensação novamente.
Outro ponto curioso é que essa sensação acontece sempre logo que me deito, raramente acontece durante o sono ou quando estou prestes a acordar.

Eu tinha acabado de me deitar, e algo me dizia que eu iria ter a sensação mais uma vez. Como a luz do corredor estava acessa, então seria mais fácil de ver e o medo seria menor, então me coloquei a dormir.

1. Medo: passaram-se curtos dez minutos e eu acordei, e mais uma vez meu corpo não respondia aos meus chamados. Eu já sabia o que estava acontecendo.

2. Tranqüilidade: tentei relaxar, respirar fundo para ver se acordava, mas não tava adiantando. Fico muito nervoso quando isso ocorre que relaxar para mim ta cada vez mais difícil. Abri os olhos e graças a Deus eu não via nada a não ser meu quarto e o corredor. Comecei a gritar para que meu irmão pudesse vir me acordar, mas nada dele aparecer. Lembrei então que ele estava vendo televisão no andar debaixo de casa, e como meus gritos era baixo, ele jamais escutaria. Nesse dia meu irmão mais velho não estava em casa e a porta do quarto dos meus pais estava trancada, portanto seria difícil para eles me escutarem também.

3. Medo Novamente: como relatei anteriormente, esses meus gritos eram baixos, estava mais para um cachorro chorando baixinho em seu canto. Tentei falar. Forcei algumas palavras tipo “socorro” e “me ajudem”, mas pareciam sair mais baixas que o próprio grito. Comecei então a forçar o corpo a acordar. Eu conseguia fazer curtíssimos movimentos com a cabeça, e acredito que esse é o único membro que consiga mexer durante a sensação. Fazendo muito esforço conseguia virar a cabeça para o outro lado (estava deitado de barriga para cima), mas isso não esta sendo suficiente para eu despertar.

4. Desespero: com um pouco de força abri os olhos, mas desta vez o quarto não esta mais tranqüilo, tinha alguma coisa ali. Comecei a ver vultos, eram imagens distorcidas, em preto e branco, opacas e em movimento, dessa vez o coração acelerou. Tentei me mexer e nada, o corpo não respondia. Colocando mais força tive a sensação de mexer os braços, então coloquei a mão em minha boca para ajudar a abri-la e dessa forma gritar mais alto, mas pelo que parecia era mais a imagem da minha mão do que ela propriamente dita. Fiz outra tentativa para despertar. Respirei fundo, a idéia era despertar de uma vez em um único pulo, levantei correndo da cama em direção ao interruptor, localizado ao lado da porta – porque a luz me faz relaxar a ajudar para despertar – mas algo estava errado, era como se eu tivesse levantado, mas meu corpo ainda estivesse na cama. Fiz isso duas vezes. Eu conseguia ver o corredor como se estivesse de pé, ao lado da porta, mas na verdade meu corpo continuava deitando na cama. Eu piscava e novamente me encontrava deitado paralisado em minha cama. Mil perguntas passaram-se na minha cabeça nessa hora.

5. Muito Desespero: agora vem a pior parte, se não bastasse ter visto vultos, comecei a ouvir um barulho, parecia que um grupo de pessoas estava conversando ao meu lado. Confesso que não entendi uma só palavra, mas também nem era a minha intenção, estava tão desesperado que o que mais queria era despertar. Esse barulho começou a ficar mais alto, pareciam que mais pessoas estavam ali perto. Abri os olhos e vi alguém entrando pela porta do meu quarto, era alto, com roupas escuras, sem formato definido, me deu muito calafrio, desta vez para mim foi o basta, abri a boca concentrando toda minha energia nesse único movimento e comecei a gritar, a gritar sem parar. Sabia que o som era baixo e que meus pais dificilmente iriam ouvir, então fiz o contínuo até que eles percebessem. Fiquei gritando e gritando, por longos minutos, até que ouvi a voz de minha mãe dizendo que algum barulho estranho estava acontecendo em casa. Meu pai sabendo de minha situação, logo se levantou e correu ao meu quarto, acendendo a luz e vindo em minha direção.

6. Alívio: ao tocar em minha cabeça, finalmente consegui relaxar, bastaram dois segundo para eu despertar. Eu estava pálido de medo, foi uma sensação horrível, mas graças ao meu pai eu estava despertado e aliviado novamente.


Esse foi um dos meus casos mais longos, mas não chegou nem perto de ser o mais assustador.

INTRODUÇÃO

Moro com meus pais e dois irmãos. Aqui em casa todos nós, com exceção da minha mãe, carregamos conosco essa sensação de “acordar, mas nem tanto” – por esse motivo acreditamos que possa ser genético.

Em meu pai e irmãos, essa sensação acorre muito esporadicamente, mas já em mim a situação é bem diferente, isso ocorre uma a cada três noites de sono e por ironia do destino, em quanto escrevo essa primeira postagem, acabo de ouvir um barulho estranho vindo do quarto de meu irmão mais novo (sou o do meio), é um gemido agudo, sem palavras, pedindo que alguém o acorde – com o tempo você acaba aprendendo a soltar uns gemidos mais altos e até falar algumas palavras.

Vou usar esse espaço para compartilhar com todos minhas experiências: o que já ouvi, vi, senti, medos que passei, os pensamentos que vieram em minha cabeça nesses momentos, as sensações que tive e o que mais eu puder relatar o farei nos mínimos detalhes.